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Após chuvas isoladas, fumaça dispersa e qualidade do ar em Manaus volta ao nível “moderado”; veja

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Após chuvas isoladas, qualidade do ar em Manaus volta ao nível "moderado"; veja

Manaus – Nesta sexta-feira (16/8), a qualidade do ar em Manaus apresentou uma leve melhora, voltando ao nível “Moderado”, conforme monitoramento do site aqicn.org, que mede a poluição atmosférica em tempo real. O índice de material particulado fino (PM 2,5) atingiu uma média de 66, marcando uma queda significativa em relação ao pico de 107,4 registrado na última quarta-feira (14/8), quando a qualidade do ar foi classificada como “não saudável”.

Essa melhora, embora temporária, foi impulsionada pelas chuvas isoladas que atingiram a capital amazonense, dissipando parte da densa camada de fumaça resultante das queimadas que assolam o interior do Amazonas. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), as chuvas pontuais foram decisiva para essa dispersão, embora não seja suficiente para resolver o problema das queimadas que continuam a ocorrer na região.

PM 2,5 e os riscos à saúde

O PM 2,5, ou material particulado fino, refere-se a partículas minúsculas de poluentes com diâmetro de 2,5 microns ou menos, pequenas o suficiente para penetrar profundamente nos pulmões e na corrente sanguínea. A exposição prolongada a altos níveis de PM 2,5 está associada a diversos problemas de saúde, incluindo doenças respiratórias e cardiovasculares.

De acordo com a meteorologista Andrea Ramos, do INMET, a chuva registrada em Manaus foi de 1,5 milímetros, suficiente para proporcionar um alívio momentâneo, mas insuficiente para eliminar completamente os efeitos da fumaça. “Choveu 1,5 milímetros. A nossa leitura, o acumulado diário, obedece as regras da Organização Meteorológica Mundial (OMM), que equivale das 9h do dia anterior até as 9h da manhã seguinte”, explicou Ramos. “Isso ameniza, mas não resolve o problema das queimadas.”

Previsão do tempo e riscos futuros

Apesar da melhoria temporária, as previsões indicam que os manauaras devem se preparar para a possibilidade de novas elevações nos níveis de poluição. As temperaturas devem continuar a subir, alcançando até 35ºC no fim de semana, com chuvas apenas isoladas. O fenômeno El Niño, que contribui para a redução das chuvas na região, pode agravar ainda mais a situação.

O perigo das queimadas permanece uma ameaça constante. Somente de ontem para hoje, foram registrados 580 focos de incêndio no Amazonas, com as áreas mais afetadas localizadas no sul do estado, em municípios como Lábrea, Humaitá e Apuí. Dependendo da direção dos ventos, a fumaça dessas queimadas pode voltar a encobrir Manaus nos próximos dias, colocando novamente em risco a saúde da população.

Medidas de combate às queimadas

Em resposta à gravidade da situação, o governador do Amazonas, Wilson Lima, anunciou na quarta-feira (14) uma série de medidas para combater as queimadas. Dentre as ações, está o aumento de 55% nas diárias dos profissionais envolvidos no combate aos incêndios, como Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e outros órgãos ambientais. Além disso, 200 bombeiros em treinamento serão convocados para reforçar as equipes em campo, e 153 novos agentes serão contratados para atuar no sul do Amazonas, região mais afetada.

O governo estadual também planeja a criação de brigadas de incêndio em 21 municípios que concentram 95% das queimadas no estado. Para financiar essas ações, o Ministério da Justiça liberou R$ 21 milhões, parte dos quais será destinada à instalação de caminhões adaptados com tanques de água, com previsão de entrega para novembro.

As medidas são cruciais para controlar os incêndios e evitar que a capital volte a enfrentar os altos índices de poluição que têm marcado este período seco e quente, típico desta época do ano no Amazonas.


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