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Governo do AM é desmascarado pela população após afirmar que cirurgias acontecem normalmente no 28 de Agosto; veja vídeo

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Amazonas – Na tarde desta terça-feira (17), o Governo do Amazonas publicou em sua conta oficial no Instagram um vídeo afirmando que as cirurgias ortopédicas no Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto estão “normais” e que os atendimentos seguem sem problemas. No entanto, os comentários na publicação revelaram uma realidade completamente diferente, com pacientes e profissionais denunciando a falta de médicos, medicamentos e condições mínimas de atendimento, expondo a grave crise que atinge a unidade hospitalar.

Entre os comentários, familiares de pacientes desabafaram sobre a precária situação no hospital. “Mentira! Estamos aqui sem um ortopedista. Meu marido está o dia todo esperando que um médico venha aqui na enfermaria, fora que estão sem medicação até agora”, afirmou uma seguidora, refletindo a frustração de muitos.

Outro comentário, atribuído a um médico, trouxe à tona uma situação ainda mais preocupante: “Os pacientes estão recebendo alta em vez de operar.” A falta de ortopedistas para atender os casos mais urgentes intensifica o caos. “Enquanto isso, sem ortopedista na porta, pacientes com fratura exposta aguardando atendimento. Um médico para atender e operar! Realmente, uma evolução”, criticou outra internauta, evidenciando o colapso no atendimento.

Veja o vídeo:

A crise na Saúde do Amazonas

O vídeo de divulgação do Governo do Amazonas vem seguido de uma denúncia grave feita pela ortopedista Carol Antony, no dia 16 de dezembro. Em um vídeo compartilhado nas redes sociais, a médica alertou para o colapso iminente do Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, unidade de referência em atendimento de urgência e emergência no estado.

Carol destacou que a crise na saúde pública do Amazonas é fruto de uma transição caótica de gestão para a Organização Social (OS) Agir, que assumiu a administração do hospital. A médica criticou duramente a gestão da nova OS e apontou os primeiros reflexos dramáticos da mudança, como a drástica redução no número de leitos – na ortopedia, a quantidade caiu de mais de 100 para apenas 36. Ela revelou que essa diminuição de recursos e a contratação de médicos de fora têm gerado um impacto direto no atendimento aos pacientes.

“Pacientes estão sendo mandados para casa com curativos sujos, sem saber para onde ir. Isso é desumano”, desabafou Carol. A situação é ainda mais crítica quando se observa que, desde agosto, os médicos que atuam no hospital estão sem receber salários, enquanto a OS Agir, contratada para gerenciar a unidade, recebeu um adiantamento de R$ 31 milhões.

Com a redução de leitos e de equipes médicas, o atendimento à ortopedia no 28 de Agosto ficou ainda mais comprometido. “Hoje, temos mais de 110 pacientes na fila para cirurgias ortopédicas. Com a nova gestão, simplesmente não há como atender essa demanda”, afirmou Carol Antony, ressaltando que as cirurgias essenciais estão sendo postergadas indefinidamente. Ela ainda alertou que, com a diminuição de recursos, o hospital pode ser forçado a suspender o atendimento a novos pacientes, deixando os hospitais Platão Araújo e João Lúcio, também na capital, sobrecarregados.

A médica também questionou a gestão dos recursos públicos. Para ela, os valores destinados à nova OS poderiam ter sido usados para quitar os salários dos médicos locais, que atuam no hospital há anos e estão passando por dificuldades financeiras.

O desespero de quem vive a realidade da Saúde Pública

Enquanto o Governo do Amazonas tenta minimizar os problemas por meio de comunicados oficiais, a realidade enfrentada pelos pacientes e profissionais de saúde é de total abandono. As reclamações sobre a falta de ortopedistas, a escassez de medicamentos e as condições precárias de atendimento se intensificam a cada dia. Médicos e familiares, que têm enfrentado a dura realidade do sistema de saúde pública, não escondem a frustração.

A situação descrita pelos profissionais e pacientes nos comentários reflete o cenário crítico enfrentado não apenas pelo 28 de Agosto, mas também por outros hospitais da rede pública, que operam com um número reduzido de leitos, profissionais desmotivados e recursos escassos. A crise na saúde do Amazonas é um problema estrutural que parece longe de ser solucionado, e a falta de transparência e de diálogo com a população agrava ainda mais a situação.

O futuro da saúde no Amazonas

Diante do caos crescente e das denúncias de negligência, resta a pergunta: até quando o Governo do Amazonas irá ignorar as graves falhas no sistema de saúde pública? Pacientes, médicos e a sociedade aguardam respostas urgentes, enquanto as unidades hospitalares continuam a enfrentar uma sobrecarga de atendimentos e uma precariedade estrutural que coloca em risco a vida de milhares de amazonenses.

A crise da saúde pública no estado parece longe de encontrar uma solução, e os usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) seguem aguardando por melhorias urgentes, especialmente neste período de festas de fim de ano, quando a demanda por atendimento hospitalar sempre aumenta consideravelmente.

A questão está lançada: a saúde pública do Amazonas não pode continuar sendo um campo de promessas não cumpridas e de descaso com a população mais carente. O povo do Amazonas exige, mais do que nunca, um atendimento digno e eficiente.





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