“Foi a própria população”, revela trabalhador de balsa saqueada no Amazonas; veja vídeo
Amazonas – Nesta sexta-feira (6/9), uma balsa encalhada no Rio Madeira foi saqueada por mais de 100 pessoas próximo ao Distrito de Auxiliadora, em Manicoré, Amazonas. A embarcação, pertencente à empresa AC de Oliveira Navegação e Transporte Ltda, transportava uma carga significativa de 1.079.405,76 toneladas de mercadorias.
Segundo o trabalhador, a ação criminosa foi uma retaliação praticada pela própria população em resposta a recente operação da Polícia Federal contra o garimpo. O trabalhador também informa que a balsa vinha de Porto Velho e tinha destino a cidade de Manaus.
De acordo com testemunhas e denúncias, os saqueadores, que seriam ribeirinhos da comunidade de Marcelo, estavam armados e procederam com a invasão da balsa após a mesma ter encalhado em um banco de areia. A balsa, que partiu de Rondônia com destino a Manaus, ficou vulnerável e foi rapidamente avistada pelos ribeirinhos.
Os saqueadores levaram uma variedade de produtos, incluindo fardos de açúcar, caixas de óleo, farinha de trigo, ração e caixas de leite condensado. A tripulação da embarcação foi ameaçada durante o saque, e há relatos de que garimpeiros estavam entre os invasores, justificando suas ações com a alegação de que suas próprias balsas haviam sido destruídas pela Polícia Federal durante operações de combate ao garimpo ilegal.
“Foi a própria população que fez isso. Não era apenas um grupo pequeno; era um número considerável de pessoas”, afirmou um trabalhador da balsa em entrevista ao jornalista Ronaldo Tiradentes. O saque massivo deixou a comunidade local em choque e trouxe à tona questões sobre a segurança e a presença das autoridades na região.
Um vídeo do saque, que circula nas redes sociais, mostra a magnitude da operação e a agitação dos saqueadores enquanto retiram as mercadorias da balsa. O incidente ressalta a complexidade e os desafios enfrentados na segurança e no controle de transporte fluvial na região amazônica, especialmente em áreas remotas e com atividades ilegais em expansão.